Linhas de Tempo. Meadas, Lamego, Varosa
de Duarte Belo
Local | Museu de Lamego
Horário | segunda a domingo, 10h00-12h30 e 14h00-18h00
Exposição patente até 21 de outubro de 2024
A exposição
O rio Varosa cava um profundo sulco na paisagem, desde as cotas mais elevadas, na serra de Montemuro, até encontrar o Douro. A cidade de Lamego está implantada a uma cota intermédia, no território de topografia complexa, recortada, entre o alto da serra das Meadas, e rio. Em diversos locais, na cidade e fora dela, há vestígios de um tempo arcaico. O que se propõe com este conjunto de fotografias é percorrer estas paisagens ao longo de quase três décadas, desde 1996 até ao presente. Neste hiato temporal a paisagem tem vindo a sofrer alterações acentuadas. O próprio processo fotográfico passou por uma fase de profunda transformação, da película, analógica, para o suporte digital. As fotografias parecem assim, acentuar a passagem do tempo, em que o Antropoceno é cada vez mais uma realidade incontornável. Lamego é uma cidade fascinante que nos fala do passado, que nos inquieta, como tantas outras urbes, que se dilui no espaço envolvente, que suplanta lugares de uma destruída natureza intacta. A entropia avança em fotografias que interrogam.
O autor
Duarte Belo (Lisboa, 1968). Formação em arquitetura. O trabalho de mapeamento fotográfico do espaço português deu origem a um arquivo fotográfico de mais de 2.100.000 imagens. Da obra publicada destacam-se: Portugal — O Sabor da Terra (1997-1998), Portugal Património (2007-2008), Portugal Luz e Sombra (2012) e a trilogia composta por Caminhar Oblíquo, Depois da Estrada e Viagem Maior (2020). Tem trabalhado sobre nomes relevantes da cultura portuguesa, como Mário de Cesariny, Ruy Belo, Maria Gabriela Llansol ou Miguel Torga. É editor do blog Cidade Infinita. Expõe desde 1987 e participa regularmente em atividades pedagógicas, conferências e mesas redondas.