Horário: Todos os dias. Das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. (Aberto, parcialmente, devido às obras de reabilitação do edifício)

Projeto “Sala Colonial”

SALA COLONIAL | Projeto artístico e educativo

SALA COLONIAL é um projeto artístico e educativo desenvolvido pelo Museu de Lamego e Escola Secundária Latino Coelho, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, a Direção Regional de Cultura do Norte e o Município de Lamego, que parte da coleção de Arte Africana pertencente ao antigo Liceu Nacional Latino Coelho, em depósito no Museu de Lamego, desde a década de 1980.

SALA COLONIAL faz referência a uma antiga sala de exaltação propagandística promovida pelo Estado Novo no contexto da política de promoção do Império junto de institutos e liceus públicos, como foi o caso do Liceu de Lamego – atual Escola Secundaria Latino Coelho. Com efeito, logo a partir do segundo ano de atividade do Liceu, em 1938, e até meados dos anos 50, esta sala fez parte da distribuição programática da Escola. A sala albergava então uma série de elementos alusivos aos “territórios ultramarinos”, tais como mapas, livros, animais embalsamados, peles, cornos e crânios de animais, gravuras e um Padrão Português dos “Descobrimentos”. A Sala Colonial tinha ainda uma coleção heterogénea de artefactos africanos – escudos, flechas, bengalas, estatuetas, instrumentos musicais e máscaras em madeira. Em 1980, grande parte destes objetos “Indígenas-Africanos” (como eram então designados) foram transferidos do Liceu para o Museu de Lamego, enquanto que outros permaneceram na Escola, onde ainda hoje se encontram.

Este projeto visa valorizar a participação de alunos, de professores, e também de antigos alunos e professores, assim como a comunidade lamecense em geral, no sentido de se trabalharem novas interpretações para a coleção. Propõe, para o efeito, retornar ao espaço físico da “sala colonial” e às instituições que a fizeram nascer, por meio da experimentação de uma prática de memorialização que desvincule os objetos africanos da ficção propagandística do Estado Novo, assim como da ciência histórica-etnológica, contribuindo assim para um reposicionamento desta coleção na sua historicidade própria.

Com uma duração de aproximadamente cinco semanas, a iniciar em janeiro de 2022, o projeto será desenvolvido pela artista e investigadora Catarina Simão em colaboração com a comunidade letiva, por forma a promover a ativação de uma educação crítica e de autoquestionamento em relação ao passado colonial e às suas representações, que ainda perduram nos espaços públicos e educativos, na linguagem, na cultura, nos comportamentos e gestos. O seu potencial pedagógico-reflexivo estará no impulso para uma formação humanística e de promoção de condutas cívicas igualitárias e de justiça social.

Sobre Catarina Simão
Catarina Simão (Lisboa, 1972) é uma artista portuguesa que vive e trabalha entre Maputo e Lisboa. Fortemente influenciada pelas narrativas da história de Moçambique e suas derivações arquivísticas, trabalha a custódia do arquivo e os seus significados mutáveis. Desde 2009, que o seu trabalho é exibido internacionalmente, em galerias de arte, museus, bienais e festivais de cinema. Em Moçambique, codirigiu o filme Djambo (2016) para a TVM, e coorganizou eventos públicos sobre a restituição de património cultural (CCFM, maio 2019/CCFM-CCMA 2021). Desde fevereiro 2020, é coeditora da página de Facebook “Lutar Por Cabo Delgado”, sobre a guerra em curso no norte de Moçambique

Apresentação pública do projeto

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«Sala Colonial. O Filme»

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