Horário: Todos os dias. Das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. (Aberto, parcialmente, devido às obras de reabilitação do edifício)

A invenção das nuvens

A Invenção das Nuvens

de Manuel Valente Alves

Local | Museu de Lamego

Horário | segunda a domingo, 10h00-12h30 e 14h00-18h00

Exposição patente até 21 de outubro de 2024

A exposição

A definição científica diz que as nuvens são um conjunto de moléculas de água, líquidas ou sólidas que estão na atmosfera, que se agregam e desagregam o que torna as nuvens efémeras, volúveis. O seu desassossego inquieta-nos porque não obedecem aos eixos disciplinados da nossa representação do mundo: o espaço e o tempo. Pensamos o mundo a partir das noções de lugar, território e fronteira que não se aplicam às nuvens porque incertas em tamanho e configuração. Inquietam-nos e ao mesmo tempo fascinam-nos porque são irrepetíveis, intangíveis, sem residência, nem âncora.

Nesta exposição, Manuel Valente Alves liberta o tema da interpretação literal no sentido de uma progressiva abstração: fotografia, pintura e desenho. A radicalidade da sua proposta manifesta-se nos desenhos que serão a sua expressão mais depurada. A exposição começa com uma fotografia a preto e branco (2021) em que as nuvens têm uma presença discreta como se fossem tão só uma citação a enquadrar uma questão maior: uma fortaleza de pedra destaca-se no horizonte com o mar como fundo. É uma presença robusta, mas que apresenta sinais de destruição, reflexo da interação conflituosa entre arquitetura e paisagem, entre a natureza e a cultura.

Manuel Valente Alves tem desenvolvido trabalho em torno do conceito de paisagem, problematizando as suas relações com o corpo, a memória e a política. A reflexão sobre a relação complexa entre a natureza e a cultura enquanto ação humana que atravessa esta Bienal, está presente nestas nuvens que são paisagem.

Manuela Matos Monteiro

O autor

Manuel Valente Alves (Abrantes, Portugal). É formado em Medicina e como artista visual tem desenvolvido trabalho em torno do conceito de paisagem, problematizando as suas relações com o corpo, a memória e a política. Realizou cerca de três dezenas de exposições individuais e participou em mais quarenta exposições coletivas em várias instituições culturais, dentro e fora de Portugal. O interesse pelo pensamento e prática interdisciplinares tem-no levado a desenvolver trabalho de investigação e de curadoria nas áreas da história, da filosofia e da museologia, ligando arte, ciência, medicina e cultura visual, sendo autor, editor, e coeditor de livros, organizado conferências e sendo comissário de várias exposições cruzando arte e ciência.

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