No âmbito da Semana da Leitura promovida pela Rede de Bibliotecas de Lamego, o Museu de Lamego organiza a conversa Um rico pano. Literatura e Paisagem, a decorrer em formato online, no próximo dia 28 de abril, pelas 21h30.
Um rico pano. Literatura e Paisagem sucede à Conversa [im]provável sobre Arte e Literatura, realizada o ano passado, com o objetivo de incentivar educadores e, fundamentalmente, os alunos a participar no concurso escolar de escrita criativa Estórias [im]prováveis, enquanto decorre a fase de inscrição para a submissão de trabalhos para a 3ª edição do prémio (toda a informação e regulamento aqui).
Associada às comemorações dos 20 Anos do Douro Património Mundial, a edição do concurso deste ano tem como tema o Douro. Assunto também para a conversa, que parte do livro do historiador de arte Nuno Resende, Um rico pano. Antologia de verso, prosa e imagem de Lamego (2018), para um diálogo contemporâneo com alguns livros clássicos – e outros menos conhecidos – da literatura duriense, numa oportunidade de revisitar a obra de Camilo Castelo Branco, João Araújo Correia, José Agostinho de Oliveira, Manuel Mendes e Pina de Moraes, entre outros.
Lançado o desafio a Nuno Resende para uma seleção de textos, incluídos ou não na Antologia, e com a cumplicidade de João Morales e de Tiago Salazar, programadores de Textemunhos – Festival Literário 2022, a acontecer, em Lamego, entre 5 e 8 de outubro, procuramos mais cinco amigos do museu (e do Douro), que aceitaram o convite para a partilha dos textos escolhidos, através da leitura comentada de alguns excertos. Como resultado, um painel de participantes, que se pretendeu heterogéneo, com origens e percursos diversos e em vários domínios, de modo a promover um encontro entre diferentes olhares, sensibilidades e vivências nos modos de Ler e sentir o Douro.
Ao Nuno Resende, João Morales e Tiago Salazar, juntam-se a atriz Catarina Requeijo e o artista plástico Francisco Laranjo, ambos ligados a Lamego, mas há muito radicados em Lisboa e no Porto, respetivamente, e Vítor Rebelo, lamecense, bibliotecário e coordenador da Biblioteca Municipal.
A fechar o painel, da área do empreendedorismo, Turismo e Agricultura Sustentável, mas também da História, com um profundo conhecimento sobre a história de Lamego, Anísio Saraiva, de Coimbra, a residir em Vidago.
Participe no diálogo com as Letras do Douro, a partir da página de Facebook do Museu de Lamego, dia 28 de abril, as 21h30.
Sobre os participantes:
ANÍSIO SARAIVA
Licenciado em História e Mestre em História da Idade Média pela Universidade de Coimbra, com uma tese sobre a “Sé de Lamego na primeira metade do século XIV”. Foi docente da Universidade Católica Portuguesa, tutor na Universidade Aberta, consultor na área da História e da Museografia e investigador colaborador no Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa e no Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra. Participou em vários projetos de investigação e em diversos encontros científicos nacionais e internacionais, sendo autor e coordenador de artigos e monografias no domínio da história religiosa e da história económica e social da Idade Média.
Não só o Alto Douro, mas também o Alto Tâmega, têm feito parte do seu percurso de vida. Sendo empreendedor por vocação, em 2016 decidiu concretizar o desejo de apostar num novo projeto profissional e familiar, seguindo a sua paixão pelas origens transmontanas, pela agricultura e pelo turismo. Nesse ano, fundou a empresa “Vidago Valley – Eco-Holistic Project”, responsável exploração de uma propriedade de 15ha de área agroflorestal recentemente recuperada, no estrito respeito pela Natureza, pela biodiversidade da terra, pelo equilíbrio dos seus recursos ambientais e naturais e pela preservação do património rural. Aqui desenvolve uma exploração agrícola de hortícolas, plantas aromáticas e de frutos secos, em modo biológico. Em associação com a atividade turística ambiciona fazer a diferença, ao abraçar os novos caminhos do desenvolvimento rural e da consciência holística, centrada no estímulo dos sentidos e do bem-estar, cuja identidade reside no compromisso com a tradição, a sustentabilidade, a acessibilidade e a inclusão.
CATARINA REQUEIJO
Nasceu em 1973, em Angola.
Tem o curso de formação de atores da Escola Superior de Teatro e Cinema.
Iniciou o seu percurso teatral em 1990 no TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra). Como atriz trabalhou profissionalmente com Konrad Zschiedrich, Luís Castro, Tiago Rodrigues, Luís Miguel Cintra, Luís Gaspar, Nuno Cardoso, Marcos Barbosa, Madalena Vitorino, Jorge Andrade, António Pires, Cristina Carvalhal, Miguel Moreira e Giacomo Scalisi.
Encenou o espetáculo Sagrada Família (coprodução Culturgest e Teatro Viriato, 2010). Para crianças encenou e interpretou Amarelo, (coprodução Maria Matos Teatro Municipal, Centro Cultural Vila Flor e Truta-Associação, 2011) e A Grande Corrida, (Fundação Calouste Gulbenkian e Agecop, 2012), Muita Tralha Pouca Tralha (Teatro Maria Matos) e Não há duas sem três (Lu.Ca, 2022) Encenou o espetáculo MESA (coprodução Comédias do Minho, Materiais Diversos e LU.CA – Teatro Luís de Camões) e É p’ró menino e p’rá menina (coprodução Formiga Atómica, São Luiz-Teatro Municipal, Centro de Artes de Ovar, Cine Teatro Louletano e Centro Cultural Vila Flor).
É, desde 2015, responsável pelo projeto Boca Aberta, produzido pelo TNDM II, dirigido a público do pré-escolar.
FRANCISCO LARANJO
Francisco Laranjo (Lamego, 1955) concluiu o Curso Superior de Artes Plásticas na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1978. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em pós-graduação (1981–83) e da Junta Nacional de Investigação Científica em Portugal, Holanda e Egipto. Foi ainda bolseiro do Instituto Goethe em Dresden, Alemanha (2000). Professor Catedrático da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, foi conferencista ou professor convidado em diversas universidades ou academias em cidades como Bilbao, Otava, Calgary, Daegu, Sheffield, Manchester, Istambul, Alexandria, Sófia, Paris e São Paulo.
Expõe individual e coletivamente desde 1979 em Portugal, Holanda, Bélgica, Alemanha, Canadá, Índia, China, Coreia do Sul, Brasil, entre outros países.
Individualmente, destacam-se exposições no Porto (Iter Duriense, Galeria Nasoni, 1993); no Reino Unido (Simultaneities, Lanchester Gallery, Coventry e The Gallery in Cork Street, Londres, 1997); Aylmer, Québec e Toronto, Canadá (Intimate Land, Chateau Cartier e Instituto Camões, 1998); Rio de Janeiro, Brasil (Espelho, Museu da República, 2002); Riga, Letónia (Recent Work, Latvian Academy of Art e Galeria Bastejs, 2002); Ponta Delgada (Under Different Skies, Galeria Fonseca Macedo, 2003); Recife, Brasil (Espelho e outros lugares, Galeria Dumaresq, 2004); Porto (Sineva, Galeria Sala Maior, 2007), Lisboa (Da Matéria, Galeria S. Mamede, 2007) entre muitas outras.
Coletivamente destacam-se exposições recentes em Colónia, Alemanha (Art Cologne, 2001), França (L’Art et la Literature au Portugal, Centro Cultural de Pignas, 2002), Pescia, Itália (On Hold, Museu de Pescia, 2003); Copenhaga, Dinamarca (Portugisisk Kunst, Arthouse, 2004 e Francisco Laranjo, Recent Works, Galleri Arntzen, 2008); Daegu, Coreia do Sul (Brisa da Primavera em Nagasaki, Museum of Modern Art KNU, 2012).
JOÃO MORALES
Jornalista, programador e dinamizador cultural, escreve na Imprensa desde 1993. Diário de Notícias, A Capital, Gazeta de Lisboa, Meios & Publicidade, Media XXI, Time Out ou Os Meus Livros (que dirigiu), entre outras publicações, são alguns dos títulos por onde passou.
Livros a Oeste, Viver (Com) a Escrita, Com Todas as Letras, Recordar os Esquecidos, Fórum Fantástico, Lisboa Continua, Conversas aos Quadradinhos ou Literatura Língua Comum, estão entre os muitos ciclos, festivais e iniciativas que coordenou ou coordena.
Dinamiza ações de mediação e motivação à leitura, em escolas, bibliotecas e outros locais e integrou diversos espetáculos de poesia musicada.
NUNO RESENDE
Nuno Resende (Cinfães, 1978) é professor auxiliar no Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Doutor em História de Arte Portuguesa e mestre em Estudos Locais e Regionais pela Universidade do Porto. Licenciado em História pela Universidade do Minho.
Tem investigação publicada nas áreas de História da Arte (Época Moderna e História da Fotografia), História das Populações e Micro-História, Paisagem e Território (em especial estudos hodográficos e História da Pontística), Literatura de Viagens e Metodologia aplicada à análise de Fontes Históricas.
Coordenou a 2.ª fase de inventário do património religioso móvel na Diocese de Lamego (2005-2007), foi editor científico e coautor na obra «O Compasso da Terra: a arte enquanto caminho para Deus» (2006), autor de «Vínculos Quebrantáveis» (2012) resultado da dissertação e investigação para mestrado e de «Fervor & Devoção» Património, culto e espiritualidade nas ermidas de Montemuro (séculos XVI a XVIII), tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Escreve regularmente em várias plataformas de divulgação e interessa-se pelo Douro como laboratório para o estudo do Território e da Paisagem.
TIAGO SALAZAR
Tiago Salazar nasceu em Lisboa, em 1972. Formou-se em Relações Internacionais e estudou Guionismo e Dramaturgia em Londres. É doutorando no Instituto de Geografia onde prepara uma tese sobre A Volta ao Mundo de Ferreira de Castro. Trabalha como jornalista desde 1991, atualmente como freelancer. Venceu o prémio Jovem Repórter do Centro Nacional de Cultura, em 1995. É formador de Escrita e Literatura de Viagens. Idealizou, escreveu e apresentou o programa Endereço Desconhecido, da RTP2. Foi Bolseiro da Fundação Luso Americana em Washington, em 2010. Foi vencedor do prémio Literatura na XVII Gala dos prémios da revista Mais Alentejo, em 2018 e do prémio Manuel António Pina, em 2020 e 2021.
Enquanto autor publicou:
– Viagens Sentimentais (2007, Oficina do Livro, Leya), viagens
– A Casa do Mundo (2008, Oficina do Livro, Leya), viagens
– As Rotas do Sonho (2010, Oficina do Livro, Leya), viagens
– Endereço Desconhecido (2011, Oficina do Livro, Leya), viagens
– Crónica da Selva (2014, A23), crónica
– Hei-de Amar-te Mais (2013, Oficina do Livro, Leya), diário
– O Baú Contador de Histórias (2014, Nova Delphi), infantil
– Quo Vadis, Salazar? Escritos do Exílio (2015, Escritório), crónica
– A Escada de Istambul, (2016, Oficina do Livro), romance (representante português no Festival du Premier Romains, Chambéry, 2018)
– O Moturista Acidental (2017, A23), crónica
– A Orelha Negra (2017, A23), teatro
– A Fala-Barata (2019, A23), infantil
– O Magriço (2020, Oficina do Livro), romance
– Cartas do Confinamento (2020, Âncora), diário
– O Pirata das Flores (2021, Oficina do Livro, Leya), romance
VÍTOR REBELO
Nasceu em Lamego, em 1970.
Licenciado em História, Pós-graduado em Ciências Documentais, Mestre em Ciência da Informação e Doutorando em Ciências da Educação.
Técnico Superior no Município de Lamego.
Exerce funções na Biblioteca Pública Municipal.de Lamego.
Coordenador da Rede de Bibliotecas do concelho de Lamego.