Museu de Lamego apresenta programa oficial de Textemunhos – Festival Literário 2023, no Museu Nacional de Arte Antiga
28 de setembro, pelas 18h00
É oficial, Textemunhos – Festival Literário regressa ao Museu de Lamego em outubro.
Após o sucesso do primeiro Textemunhos, o programa oficial da 2.ª edição vai ser apresentado no Museu Nacional de Arte Antiga, na próxima quinta-feira, 28 de setembro, pelas 18h00.
Com um formato original em relação a eventos congéneres, desde logo, por ser promovido por um Museu, Textemunhos promove o Livro e a Literatura, como ponto de partida para um debate multidisciplinar sobre o papel da memória e dos museus na sociedade contemporânea, em torno de conversas abertas, encontros com escritores, exposições, leituras, cinema, dança e workshops. Mantendo firme o propósito do Festival, como um espaço de construção e transformação, comprometido com o futuro, que se pretende melhor, a programação da 2.ª edição destina-se a revisitar Sala Colonial, alargando a outros domínios, além da Literatura, o projeto da artista Catarina Simão, conhecida por uma prática de confronto com o Arquivo, desenvolvido no Museu de Lamego e Escola Secundária de Latino Coelho de Lamego.
Com efeito, desde que começamos a trabalhar Sala Colonial, na Escola e com a Escola, inicialmente, com o objetivo de conhecer e divulgar a coleção de arte africana, em depósito no Museu de Lamego, tornou-se muito evidente que, concluído o projeto educativo, muitas eram as janelas que iriam ficar entreabertas. Sala Colonial teve um impacto na sociedade que não podíamos prever, pela pertinência da temática no mundo atual e, sobretudo, pela abordagem educativa de ativação crítica e de autoquestionamento em relação ao nosso passado colonial. Assegurada a continuidade do projeto até 2024, com o apoio decisivo da DGARTES – que se junta ao apoio concedido pela Fundação Calouste Gulbenkian e Município de Lamego, em 2021, para arranque do projeto – a ligação dos objetivos do Festival Literário e Sala Colonial afigurou-se como demasiado óbvia. Numa altura em que o país se prepara para celebrar os 50 anos do fim da Ditadura, tornou-se imperativo alargar a discussão alavancada ao contexto de Textemunhos (Alexandra Falcão, diretora do Museu de Lamego).
A 2.ª edição do Festival Literário, a acontecer entre 12 e 14 de outubro, no Museu de Lamego, com João Morales e Alexandra Falcão, na programação, e Catarina Simão, como consultora, apresenta um cartaz que aposta na diversificação e internacionalização do painel de convidados, para um diálogo, que se pretende alargado a outros domínios de expressão artística, entre Museu e Literatura.
A abertura do Festival está marcada para dia 12, ao final da tarde, com a inauguração de Melancolia Tropical ou a Ilha que perdeu o Ecuador, de Daniel Blaufuks, uma exposição inédita e preparada no âmbito do festival, que resultou de uma residência realizada pelo artista visual nas roças de São Tomé e Príncipe. Ao trabalhar sobre as roças de São Tomé, apercebi-me ao percorrer os seus enormes espaços, muitos ainda hoje habitados pelos antigos serviçais ou seus descendentes, em como este longo capítulo da colonização portuguesa necessita de ser relembrado e, porventura, mais estudado (…) É dentro deste vasto pano de fundo que me proponho realizar esta exposição, através de um trabalho fotográfico e textual, composto por cerca de 100 obras. (Daniel Blaufuks, in Projeto expositivo). O programa prossegue depois até dia 14 com conversas com escritores, workshops, cinema, música e performances.
Publicado no âmbito do primeiro Textemunhos – Festival Literário, a sessão no Museu Nacional de Arte Antiga prossegue com a apresentação do livro e exposição (patente no Museu de Lamego, até 29 de outubro), Um Museu para todos. O olhar de cada um. Coeditado pelo Museu de Lamego e Editora Ponto de Fuga. Um museu para todos. O olhar de cada de cada um reúne os contos assinados por dez reconhecidos nomes da Literatura Portuguesa – Andréa Zamorano, Filipa Martins, Manuel da Silva Ramos, Manuela Gonzaga, Nuno Camarneiro, Ricardo Fonseca Mota, Rita Taborda Duarte, Rui Zink e Tiago Salazar -, que aceitaram o convite para se inspirarem no acervo do museu para dar uma nova vida aos objetos, através da criação de uma breve narrativa inédita. Após os lançamentos em Lamego e no Porto, livro, autores e editor têm agora encontro marcado no Museu Nacional de Arte Antiga para uma partilha sobre os desafios, expectativas e algumas curiosidades em torno do diálogo entre a escrita e os objetos do museu.