Um Museu para todos. O Olhar de cada um
O painel integrava originalmente um conjunto de treze que foram encontrados na segunda metade do século XX a forrar uma das salas do palácio dos Viscondes de Valmor, em Lisboa, e oferecidos, na época, pela sua proprietária, ao Museu de Lamego.
A decoração deste painel destaca-se, dentro da azulejaria portuguesa, pela sua profusão, apresentando uma paisagem de árvores fantasistas cheias de folhas, flores e frutos, com diversas aves, numa composição próxima à dos frontais de altar, inspirada nos têxteis orientais.
A par da peculiaridade da solução decorativa, sobressai a técnica italianizante empregue no seu fabrico, com o recurso a uma paleta cromática pouco habitual nas produções portuguesas, que inclui o manganês, azul, verde, amarelo e laranja sobre branco. A opção de misturar cores ditas de «grande fogo» com outras de «pequeno fogo» eleva a complexidade técnica da sua fatura, implicando sujeitar a produção destes azulejos não às habituais duas cozeduras, mas a três, sucessivas e a diferentes temperaturas.
[o conto]
“A marquesa saiu às cinco da tarde”, in Um Museu para todos. O Olhar de cada um, p. 107.
[a citação]
E sobre os azulejos a ser doados ao museu de Lamego, nada, o narrador empatando, empatando, sempre! Aliás, a faiança é que devia dar o mote, mas dela nem se falara ainda, quase; […]