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E-catálogo | Arca Tumular

Um Museu para todos. O Olhar de cada um 

[a peça] Arca Tumular

Tarouca (?)

Séc. XIV

Granito esculpido em médio-relevo

Igreja do Mosteiro de São João de Tarouca

Inv. ML 559

A grande mudança operada nos sepultamentos dos séculos XIII e XIV está relacionada com a passagem do anonimato para a individualização dos tumulados, que se obtinha através da personalização dos respetivos sarcófagos. Desse modo, o lugar que ocupavam no espaço religioso, as dimensões, o tipo de material utilizado, a decoração, a heráldica, epígrafes e jacentes adquirem a maior relevância relativamente ao tumulado, à sociedade em que viveu e à sua posição na hierarquia do poder. Proveniente da igreja do mosteiro cisterciense de São João de Tarouca, o túmulo em granito apresenta nos topos dois escudos de ponta arredondada, não sendo, no entanto, possível identificar as peças que indicariam a identidade do jacente. Numa das faces apresenta uma cena de caça ao javali, prosseguindo a cena de montaria na outra face. Durante muito tempo atribuído a D. Teresa Anes de Toledo – terceira mulher do conde de Barcelos, Pedro Afonso, bastardo régio de D. Dinis, tumulado na mesma igreja -, deverá ter-se em conta que, se as cenas de caça ao javali são correntes na tumulária do homem nobre, trata-se, no entanto, de episódios pouco adequados à tumulária feminina.

[o escritor] NUNO CAMARNEIRO

[o conto]

“A arca da minha mãe”, in Um Museu para todos. O Olhar de cada um, p. 93.

[a citação]

           – O que é aquilo, avô?

            – Aquilo é uma arca.

            – Serve para quê?

O avô hesitou, tentou distraí-la com um cruzeiro na outra ponta da sala, mas a menina insistiu e ele viu-se obrigado a responder.

            – Servia para guardar uma pessoa dentro, Raquel, pertencia a uma senhora antiga que ficou ali a dormir durante muitos anos.