De Paço a Museu
em exposição até maio de 2024
O título da exposição De Paço a Museu faz referência ao professor e historiador de arte, Vergílio Correia (1888-1944), e à expressão Sic transit… Ao Templo romano sucede o cristão; à Fortaleza o Paço; ao Paço o Museu…, com referência ao Museu de Lamego, num artigo publicado na revista Atlântida, dois anos após a criação.
Criado em 1917, o Museu de Lamego ocupa um palácio setecentista que foi paço episcopal. Perdida a memória fundacional e das sucessivas alterações ocorridas no tempo longo, o edifício reflete ampla reforma empreendida no último quartel do século XVIII, pelo bispo D. Manuel de Vasconcelos Pereira (1772-1786).
Numa altura em que o museu é alvo de uma profunda remodelação interior e prepara a revisão de todo o seu programa museográfico, foi levado a efeito um exaustivo trabalho de levantamento de fontes e de investigação de modo a reconhecer-se as várias camadas do edifício e da sua inserção na cidade, com enfoque na transição de função, de residência e sede administrativa da diocese a museu.
Documentalmente suportada nos inventários realizados no século XIX dos bens do paço episcopal[1] e nos arrolamentos de 1911, que determinariam o seu epílogo, “Alfaias, movens e bens de raiz” parte do binómio paço-museu, para evocar o palácio, por meio da apresentação de uma pequena seleção de objetos do seu recheio e a musealização dos mesmos, desprovido o seu contexto e função inicial.
Rememorar os objetos que faziam parte do quotidiano do paço é pretexto para uma reflexão e um renovado olhar sobre uma das coleções que esteve na origem do museu. Com efeito, ao longo dos anos muito ampliada por espécies vindas de diversas proveniências, mantém-se como núcleo mais significativo e que melhor define a coleção, o conjunto formado pelos bens arrolados, entre os quais um importante núcleo de tapeçarias flamengas e francesas, datadas do primeiro terço do século XVI e do século XVIII, obras de pintura portuguesa e estrangeira dos séculos XVII e XVIII, mobiliário da mesma época e meios de transporte dos séculos XVIII e XIX, além de alfaias religiosas – paramentos e ourivesaria –, de um fundo de livros antigos e códices, relacionados com o governo episcopal, e de um reduzido núcleo de escultura medieval, proveniente da igreja de São Pedro de Balsemão e do Mosteiro de São João de Tarouca, que havia recolhido ao paço.
A exposição pode ser visitada no Museu de Lamego, de segunda a domingo, entre as 10h00-12h30 e as 14h00-18h00.
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[1] Documentos dados a conhecer em 1999, pela investigadora Celina Bastos, no catálogo de coleção Museu de Lamego. Mobiliário, de Celina Bastos e José António Proença, editado pelo Instituto Português de Museus.
Organização: DRCN |Museu de Lamego
Investigação: Alexandra Falcão e João Luís Marques
Curadoria: João Luís Marques
Conceção e execução: GloryBox
Cofinanciamento: FEDER. Programa – NORTE2020 | Operação Museu de Lamego. Museu para todos
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