A partir de 29 de agosto e até 31 de outubro, o Museu de Lamego apresenta a exposição «Calendário da Sé de Miranda», de Peeter Balten. Um extraordinário conjunto de 12 pequenos quadros pintados sobre madeira de carvalho, representando os 12 meses do ano, que decoravam a sacristia da catedral de Miranda. Reveladas pelo investigador Mário Mourinho, em 2005, as pinturas foram estudadas mais recentemente, a convite do Museu da Terra de Miranda, por Vítor Serrão, que as atribui a Peeter Balten (c. 1527-1584), um pintor ativo em Antuérpia, de quem escasseiam os dados biográficos e as obras conhecidas, mas que se sabe ter trabalhado com Pieter Bruegel, o Velho (1526-1569).
Pintados c. 1580, os 12 quadros do calendário mostram a atenção que o artista presta à vida quotidiana, nos campos, género que cultivou com Bruegel, com alusões simbólicas e de alegorias fundadas no domínio de uma cultura erudita com citações clássicas.
Depois de ter sido apresentado no Museu da Terra de Miranda e no Museu Nacional de Arte Antiga, com uma passagem pela Galiza, ao abrigo do projeto Nortear, o conjunto de pintura flamenga chega agora a Lamego, onde permanecerá por um período de 2 meses, numa oportunidade de por em diálogo a exposição de pintura flamenga com as coleções que o museu possui com a mesma origem e de reflexão sobre as relações artísticas entre Portugal e Flandres no século XVI.
A anteceder a abertura da exposição ao público, a inauguração está marcada para o dia 28 de agosto, pelas 18h00, com um concerto do trio Acorda Corda, um projeto instrumental vocacionado para o improviso e divagações melódicas sobre temas de fado e flamenco.
Dia 5 de setembro, pela mesma hora, terá lugar a conferência Calendário de Peeter Balten, pelo investigador Vítor Serrão, autor da análise e estudo do conjunto das pinturas.
Devido ao atual contexto, a participação nas atividades programadas é de inscrição obrigatória e o n.º de participantes limitado à capacidade da sala.