Adoração dos Pastores
A estampa corresponde a uma das três gravuras, que se conservam no Museu de Lamego, extraídas de um exemplar de um “Missale Romanum”, impresso em 1793, na Tipografia Régia. Sobre Gaspar Fróis Machado, que a desenhou e gravou, Ernesto Soares, o autor da “História da Gravura Artística em Portugal”, refere um Gravador de notáveis recursos a quem uma morte prematura cortou a carreira auspiciosamente encetada. Natural de Santarém, onde nasceu em 1759, Gaspar Fróis Machado começou a aprendizagem na escola do escultor Alessando Giusti (1715-1799), fundada em Mafra por D. João V, logo a seguir à construção do convento. Aí permaneceu durante quatro anos, ao fim dos quais ingressou na Aula de Joaquim Carneiro da Silva. Em 1780, três anos depois de ter assinado a estampa da “Adoração dos Pastores”, para a Tipografia Régia, parte para Roma, onde frequenta a Escola de Giovanni Volpato. No seu regresso a Portugal, torna-se irmão da Academia de S. Lucas, aí permanecendo entre 1790-1795. No ano seguinte, aos 37 anos de idade, é vítima de um naufrágio, no momento em que se dirigia a Londres a fim de estudar com Bartolozzi. Da sua obra destacam-se um grande número de retratos de figuras notáveis portuguesas e inúmeras estampas, com assuntos religiosos, a partir de obras de grandes mestres, como é o caso do pintor italiano Sebastiano Conca, autor da “Adoração dos Pastores” (1720), no The J. Paul Getty Museum, em Los Angeles, que serviu de modelo à estampa em apreço.
Gaspar Fróis de Machado (1759-c.1896)
Portugal, Lisboa, 1777
Proveniência: “Missal Romanum” pertencente ao antigo Paço Episcopal de Lamego
Inv. ML 928