Arca tumular
Durante o período românico o tema da salvação é determinante para os homens, daí que a escolha do local da sepultura não fosse arbitrária para os cristãos, embora a importância de que esta se revestia tenha evoluído ao longo da idade média. De facto há um longo caminho que é percorrido entre os sepultamentos em estruturas coletivas – como algumas das primitivas catacumbas ou as sepulturas escavadas na rocha – e a necessidade, no tempo pós-milénio, de assegurar individualmente essa salvação. O sepultamento começa a invadir o espaço interior dos templos, com as tampas de sepultura rasa, a vulgarizarem-se na idade média. De maior relevância, porém, seria a deposição do corpo em arcas tumulares antropomórficas, em pedra, que no século XII continuam a tradição da linearidade do desenho: caixas retangulares com tampas quase planas, muitas das quais sem qualquer decoração, ou, quando o têm, reduzida às cruzes da consagração. A arca foi recolhida junto da igreja de Santa Maria de Almacave, em Lamego. O termo “Almacave”, de origem árabe, indica “lugar dos mortos; cemitério”, o que revela a pré-existência de um cemitério, onde foi construída mais tarde a igreja.
Portugal
Séc. XIV
Granito
Recolhida em Lamego (junto da igreja de Almacave)
Inv. ML 590